É preciso ter força, raça, gana… Sempre! Com uma verdadeira virada na apuração do último quesito, a Vai-Vai está consagrada! É a campeã do Carnaval 2015 em São Paulo. Chegando ao 15º título de sua história, a escola foi a penúltima a desfilar no Sambódromo do Anhembi, e levantou o público com um samba enredo embalando a trajetória da imortal Elis Regina, que completaria 70 anos em 2015. 

 

 

Vai-Vai e Mocidade Alegre estavam empatadas até a leitura das notas de evolução. A campeã terminou com 269,9 pontos, três décimos à frente da Mocidade, que fez uma homenagem à atriz Marília Pêra. Rosas de Ouro foi a terceira colocada.

O último título da maior campeã paulista foi conquistado em 2011 com o o enredo em homenagem ao maestro e ex-pianista João Carlos Martins.

   

A exaltação da cultura e da alma africana marcaram a Sapucaí e renderam a vitória à Beija-Flor! Campeã no Rio de Janeiro pela 13ª vez na história, a escola apostou em um enredo mostrando as belezas e a cultura da Guiné Equatorial, país africano que vive uma ditadura atualmente.

Em São Paulo, o Carnaval está quase no finzinho… Mas na sexta (20), ainda tem mais samba! Acontece o Desfile das Campeãs de São Paulo, no sambódromo do Anhembi, e ainda há ingressos à venda. No Rio, o desfile será a partir das 21h30.

      

‘Simplesmente Elis – a fábula de uma voz na transversal do tempo’

Reluziu, seu canto ecoou no meu Brasil
Cantora igual jamais se ouviu
Saracura a cantar, bem mais feliz
Simplesmente Elis
Carnaval a Bela Vista está em festa
Qua qua ra qua qua
Vem viajar, a hora é esta
Mergulhando na emoção
Encontrei inspiração
Que linda voz, salve a rainha
Fiz Louvação em aquarela
Na passarela hoje tem arrastão
Upa neguinho na estrada é demais
Vou a romaria como nossos pais
De um falso brilhante eu fiz fantasia
Maria Maria
Águas de março a rolar
Trem azul vai passar, um sonho mais lindo
Na batucada da vida, um samba no Bexiga
Vai amanhecer
A cantar a dor o amor o bêbado e a equilibrista
A voz do povo diz que o show de todo artista
Tem que continuar
Glória fino da bossa com Jair só alegria
Hoje retrato em preto e branco na folia
A grande estrela deste meu país

 

Guiné Equatorial  – Um guiô conta a história

 

Vem na batida do tambor
Voltar na memória de um griô
Fala cansada, mãos calejadas
Ouça menino beija-flor
Ceiba árvore da vida
Raízes na verde imensidão
Na crença de tribos antigas
Força incorporada nesse chão
O invasor singrou o mar,
Partiu em busca de riquezas
E encontrou nesse lugar
Novas índias, outras realezas
Destino trocado, tratado se faz
Marejam os olhos dos ancestrais

Nego canta, nego clama liberdade
Sinfonia das marés saudade
Um africano rei que não perdeu a fé
Era meu irmão, filho da guiné

Formosa divina ilha testemunha dos grilhões
Eu vi a escravidão erguer nações
Mas a negritude se congraça
A chama da igualdade não se apaga
Olha a morena na roda e vem sambar
Na ginga do balelé, cores no ar
Dessa mistura, eu faço o carnaval,
canta Guiné Equatorial
Criança, levanta a cabeça e vai embora
O mar que trouxe a dor riqueza aflora
Tem uma família agora
Quem beija essa flor não chora

Sou negro na raça, no sangue e na cor
Um guerreiro beija-flor
Óh minha deusa soberana
Resgata sua alma africana