Colecionador de terceira geração esconde relíquias em São Paulo
Após vários encontros com o colecionador de relíquias sobre rodas Maurício Augusto Marx, entre eles, um rali de sete horas pelo interior de São Paulo como navegadora a bordo de seu carro favorito, um Porsche 356 1951, e uma visita a sua garagem secreta, cheguei a uma conclusão interessante: a vida do ainda jovem Maurício, de 39 anos, é transformar memórias em elementos do dia a dia. Quanto mais veloz essa alquimia, melhor.
A coleção dos Marx, conhecida e admirada por qualquer colecionador que se preze, começou de forma tímida com seu Júlio e logo ganhou a seguinte diretriz: priorizar os modelos europeus, esportivos, de competição e carros de concurso de elegância.
Chegar ao magnífico galpão secreto onde Marx guarda suas relíquias é privilégio para poucos. Uma vez lá dentro, andando entre itens que aguardam uma boa reforma para voltar a seus dias de glória, senti que cada modelo tinha uma história única e maravilhosa para contar: por onde passaram, a quem pertenceram e serviram, como cruzaram o oceano para chegar até aqui… Logo na entrada está estacionado o Porsche 356 batizado de Veio Zuza (ele dá nomes próprios a cada carro restaurado), que impressiona – para o bem ou para o mal por sua aparência rústica: inteiro “na lata”, descascado e com bancos nada novos.
Por outro lado, está em perfeitas condições para uma prova, como a Copa Paulista de Rallye Histórico, com seus 700 quilômetros debaixo de sol e chuva.