As Bruxas de Eastwick voam no Teatro Bradesco
Esse ano o Halloween chegou mais cedo em São Paulo e as bruxas ficaram soltas no Teatro Bradesco. Tão soltas que até voaram pela platéia. A mega produção chegou em São Paulo com muitos eventos especiais fogo, ilusionismo, chuva, violoncelo tocando sozinho e muita levitação.
Mas, a sensação foi o vôo de 15 metros, em cima da platéia. Para voar, as atrizes contaram com a ajuda de um sistema motorizado semelhante ao utilizado em filmes como “O Homem Aranha” e “O Besouro Verde”. O equipamento foi trazido de Los Angeles.
Com coreografia erotizada, figurino extravagante e um texto politicamente incorreto, a adaptação do espetáculo de John Dempsey foi produzida em sete semanas pelos diretores Charles Möeller e Cláudio Botelho, premiados por musicais como “Les Miserables”, “Hair” e “A Noviça Rebelde”.
O musical começa quando três amigas solteironas interpretadas pelas atrizes Maria Clara Gueiros, Renata Ricci e Sabrina Korgut, lamentam a vida sem um namorado enquanto comem brownie e tomam Martini.
Entediadas, em uma pequena cidade, o trio de mulheres compartilha o desejo de encontrar o homem ideal. É aí que surge o personagem do ator Eduardo Galvão, Darryl Van Horne.
Sedutor e diabólico, ele mexe com as três e a cidadezinha do interior americano pega fogo por causa das aventuras sexuais das três amigas. Korgut vive Jane, uma violoncelista acanhada, que liberta a sexualidade através de seu instrumento musical, numa cena de grande voltagem erótica. A graciosa Ricci também está extraordinária como Sukie, uma jornalista platinada que não consegue terminar frases, mas é seduzida pelo o Diabo que a faz falar ininterruptamente. Os versos insinuantes dos personagens é um dos pontos que merece aplausos.
Maria Clara é uma comediante de talento nato e comprovado na TV. Sua escultora Alexandra não é lá muito diferente da Bibi, que ela interpretou na novela Insensato coração, mas, sua presença cômica foi um dos temperos cítricos da personagem.
Quem já esteve no palco agora senta na platéia foi prestigiar o musical. Fred Siveira, que encantou São Paulo na pele do Che , personagem que o ator interpretou no musical Evita, conversou com exclusividade com ClaCridéias, mostrando que continua afinado.
O ator também está compondo, mas desta vez para uma trilha de filme. Quando o assunto foi a atuação vocal dos atores, o ator, compositor e professor de canto deu nota 10 ao musical.
Depois de três horas de espetáculo, o ator e dramaturgo Juca de Oliveira, saiu da sala do Teatro Bradesco com sorriso no rosto e encantado com o que viu no palco. Ele comentou que a magia do musical acabou envolvendo toda a platéia e que se surpreendeu com o trabalho da atriz mirim Larissa Manoela que faz o papel de garotinha.
Aos 10 anos, Larissa Manoela já participou de novelas, filmes e seriados, entre eles, “Dalva & Herivelton”, exibido na rede Globo. Em musicais, a lista da garota não é pequena, pela idade.
Ela atuou no “Gypsy” e “A Noviça Rebelde”. Recentemente enfrentou novamente uma seleção disputada e foi aprovada por Claudio Botelho e Charles Möeller, responsáveis por levar aos palcos 24 espetáculos, entre eles “Avenida Q” e “O Despertar da Primavera”. Ainda este semestre atriz mirim entra em cartaz com o o filme “O Palhaço”, dirigido pelo ator Selton Mello.
Os pais da atriz são paranaenses e mudaram para São Paulo com o objetivo de investir na carreira da filha, que intensificou as aulas de canto. A mãe, que trabalha como pedagoga, faz jornada dupla em casa.
Além da Garotinha, a Garota de Ipanema também foi conferir o musical e acabou levando a filha junto.
Após os aplausos Maria Clara Gueiros deu entrevista para o ClaCridéias. Na coletiva foi difícil falar de outro assunto que não fosse quem matou a Norma, personagem da novela Insensato Coração e qual seria o final da personagem da Bibi, já que o dia da Pré-estréia concorreu com a exibição do penúltimo capitulo da novela, mas, como as cenas sigilosas do Agnaldo Silva não eram o nosso foco, conseguimos direcionar a conversa para o espetáculo.
ClaCricando com Maria Clara Gueiros
ClaCridéias: Já conhecíamos seu trabalho como humorista, e em novelas então, você no fez gargalhar, mas como cantora foi uma descoberta maravilhosa para nós. Para você também ou teve que fazer aulas de canto?
Maria Clara: Quando iniciei a minha carreira, há 24 anos, fiz sapateado no infanto-juvenil. Na época precisei tomar aulas de canto e acabei aprendendo como atingir o momento mágico do gênero, que é emendar naturalmente o diálogo em uma canção. Isso me ajudou neste novo desafio e como atriz e comediante, sei como sair de situações inesperadas, mas o musical é praticamente um terreno desconhecido para mim.
ClaCridéias: E quanto a sua voz? Recebeu aulas de canto recentemente?
Maria Clara: Eu tenho um bom ouvido musical e estou bem confortável. Fiz algumas aulas de canto sim, mas como “As Bruxas de Eastwick” é meu primeiro musical meu timbre é esse (risos). Mas eu estou super confortável no timbre que eu estou cantando.
ClaCridéias: E o Carlos Botelho está confortável com você?
Maria Clara: Sim, ele me protege muito pelo fato de eu não ser cantora. Sou uma atriz que está começando a cantar
ClaCridéias: E a voar também?
Maria Clara: Isso mesmo Na verdade tenho pânico de altura e ter que fazer a cena que encerra o final do primeiro ato foi um desafio. Me deu mais medo de voar do que cantar no espetáculo inteiro. No primeiro dia que testamos o sistema de vôo achei que não estaria aqui para dar esta entrevista e estou confiando no aparelho para dar a entrevista de encerramento da temporada (gargalha).
ClaCridéias: …mas para conciliar os trabalhos você teve que voar e muito, pelo menos na ponte aérea, para conciliar a novela “Insensato Coração” com o Musical “As Bruxas de Eastwick”
Maria Clara: Eduardo Galvão e eu estamos ensaiando o espetáculo há dois meses. Justamente na época em que os personagens estavam em evidência na trama da Globo. Conciliar a novela com os ensaios foi corrido, principalmente porque nas gravações dos últimos capítulos de “Insensato Coração”, as viagens São Paulo e Rio se intensificaram.
Se para Maria Clara Gueiros o trabalho foi intenso, para o diretor Claudio Botelho também.
Claudia Botello
Durante a Pré-estréia ele comentou que nada em “As Bruxas de Eastwick” foi fácil, “…foi um dos espetáculos mais trabalhosos que já enfrentamos, tanto no sentido artístico, porque quebramos o convencional e especialmente na área técnica com a variedade dos efeitos especiais. A distância entre o acerto e o erro é milimétrica, e por isso trabalhamos o tempo todo a dois passos do abismo, literalmente”, comentou Botelho, aliviado após a Pré estréia
Em 1987 Cher, Susan Sarandon e Sukie Michelle Pfeiffer, viveram no cinema o roteiro de “As Bruxas de Eastwick”.
Relembrem do filme com o trailer com Jack Nicholson, uma das maiores lendas vivas da história do cinema.
Apresentado pelo Ministério da Cultura e Cielo com co-patrocínio da Porto Seguro, “As Bruxas de Eastwick” é uma realização da Time For Fun em parceria com a Cameron Mackintosh.
Agora se, após ler esta matéria, você quiser dançar com o sedutor Diabo, interpretado por Eduardo Galvão vale reservar o ingresso e de preferência de camarote.
Serviço
AS BRUXAS DE EASTWICK
Onde: Teatro Bradesco (Piso Perdizes do Bourbon Shopping São Paulo – Rua Turiassú, 2100, Piso 3 – Pompéia)
Quando: De 14 de agosto a 11 de dezembro de 2011. As apresentações acontecem de quinta e sexta-feira às 21h, sábados às 17h e 21h e domingo às 20h e 16h
Duração: 180 minutos (intervalo de 20 minutos)
Capacidade: 1457 pessoas. Acesso para deficientes.
Estacionamento: R$8,00 primeira hora. R$2,00 hora adicional.
Quanto: De R$10 (frisa 3º andar) a R$190 (camarote).
Informações: http://ticketsforfun.com.br
Central de Vendas Tickets For Fun: 4003-5588