A arte imita a vida: Antônio Fagundes e o filho Bruno interpretam relação paternal em peça de teatro
Dois talentos de uma mesma família e de duas gerações diferentes se reuniram no palco, pela primeira vez, na estreia de “Vermelho”. O ator consagrado Antônio Fagundes e o filho Bruno, receberam família, amigos e muitos famosos na noite de pré estreia que inaugurou o teatro GEO, construído dentro do Instituto Tomie Ohtake em São Paulo.
O espetáculo foi montado inicialmente na Broadway e ganhou seis prêmios Tony, considerado o Oscar do Teatro nova-iorquino. Com o texto intenso de Jonh Logan, dramaturgo que recebeu 3 indicações ao Oscar pelos filmes Gladiador, a Invenção de Hugo Cabret e o Aviador de Marcos Scorsese, a peça é encenada no Brasil pela primeira vez.
No palco, Antônio Fagundes é Mark Rothko, um famoso pintor que troca experiências com seu assistente, um iniciante apaixonado na profissão chamado ken, interpretado por Bruno Fagundes. A trama se passa em 1958, em Nova York, quando o pintor russo naturalizado americano é contratado para pintar uma série de murais para o restaurante Four Seasons do edifício Seagran por uma valor de US$ 35 mil.
Ele recebe o adiantamento e contrata Ken para ser seu assistente. Enquanto isso, na Nova York dos anos 50, jovens artistas como Andy Warhol e Liechtenstein emergem. E justamente nas discussões entre mestre e aprendiz, pai e filho, que conflita a mercantilização e pureza da arte. O expectador assiste o crescimento desta improvável relação entre um menino de 22 anos e um homem amargo, cheio de certezas, de 56 anos. Personagens com bagagens culturais diferentes e unidos pelo mesmo amor à arte.
E em nome da devoção pelo trabalho, o artista decide devolver o dinheiro ao restaurante For Seasson por se recusar a vender as suas obras para decorar, o que ele acreditava ser, o templo do consumo
Ao lado dos 4 filhos, Antonio Fagundes fala que a relação com o parceiro de palco foi estritamente profissional. Bruno completa dizendo que o conflito existe apenas quando estão em cena e na pele dos personagens. Do camarim para fora, a relação de pai e filho é visivelmente harmoniosa.
Para o experiente diretor Jorge Takla, que compartilhou os aplausos da plateia por mais uma direção brilhante, a produção se preocupou em montar no Loby do GEO uma exposição sobre a vida do pintor.
Apesar de estar desde de 2004 sem se aventurar no teatro, dedicando exclusivamente as remontagens da Brodway como Evita, Lès Miserables, My Fair Lady, Takla comenta que a pesquisa da biografia do Rothko recebeu a mesma dedicação dos musicais.
Após a peça, os Fagundes receberam elogios dos amigos. Para Silvio de Abreu o Bruno é uma uma promessa na dramaturgia brasileira.
Para a atriz que foi esposa do Paulo Autram, Karim Rodrigues, é muito raro achar um texto tão profundo, com tantas referências artísticas e filosóficas, o que evidenciou ainda mais o brilhantismo do pai e filho em cena.
Durante o coquetel realizado após a apresentação famosos falaram sobre os planos e o que vem na carreira deles em 2012. Do teatro para as telas Silvio de Abreu fala da volta do Gianecchini no remake Guerra dos Sexos:
Fora das telas Gabriela Duarte fala sobre os papel que vive brilhante nos últimos anos: o de ser mãe
Para quem tem dúvida se vale conferir o espetáculo, seguem dois convites especiais.
Serviço:
Peça:
Vermelho com Antônio e Bruno Fagundes
Teatro Geo: Rua Coropés, 88, Pinheiros – São Paulo. (dentro do instituo Tomie Ohtake)
Em cartaz por tempo indeterminado: Quinta e sábado, 21h; sexta, 21h30; domingo, 18h.
Telefone: (11) 3728-4930.
Preços: R$ 120 (plateia), R$ 100 (balcão).
Classificação: 12 anos.
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