De um lado, um aristocrata requintado, culto e frequentador da alta sociedade parisiense. Do outro, um africano que mora num bairro perigoso da capital francesa, de passado duvidoso, que vive uma vida repleta de dificuldades. Você imaginaria alguma relação entre os dois? Pois são dessas realidades completamente diferentes que uma história de amizade e companheirismo nasce entre Philippe e Driss, protagonistas vividos pelos atores Marcello Airoldi e Ailton Graça.
Philippe fica tetraplégico, resultado de uma queda de parapente. O homem rico passa a contar com uma série de assistentes para atender suas necessidades, mas, mergulhado na monotonia, Philippe encontra seu melhor funcionário do lugar de onde ele menos esperava: misto de fisioterapeuta, motorista e acompanhante, Driss é um homem simples que não tem experiência alguma no trato de pessoas nas condições do patrão. A partir da convivência, situações inusitadas e divertidas aproximam estes dois homens de condições sociais, culturais e financeiras tão diversas. Eles se tornam amigos e cúmplices, e interferem profundamente um na vida do outro.
A peça, assim como o filme francês homônimo de 2012, de Olivier Nakache e Éric Toledano (que contava com a dupla François Cluzet e Omar Sy nos papeis de Philippe e Driss), é inspirada no livro autobiográfico de Philippe Pozzo di Borgo, intitulado “O Segundo Suspiro”.
Segundo o diretor teatral Iacov Hillel, a peça, através de uma interpretação realista, é sobre um encontro, a busca do que é tocável, entre os intocáveis. As diferenças sociais entre os dois é ponto chave para o desdobramento da relação entre os dois, que passam a conhecer a vida como ela é, e que a amizade, e até mesmo a felicidade, nascem independente de classe.
José Rubens Siqueira, que fez a adaptação do filme, e Tunica, responsável pela direção musical e sonoplastia, dividem a opinião do diretor: eles almejaram criar recursos que destacassem a delicada e potenciosa relação entre Philippe e Driss, unindo clássico com popular, tanto pela música quanto pela cultura brasileiras.
A peça, aliás, traduz muito bem a realidade vivida em nosso país quanto às classes sociais, e retrata surpresas que podemos encontras com as diferenças com as quais nos deparamos ao atravessar a rua de casa.
Para a diretora de produção Marcella Gutmann, depois do grande sucesso do filme esta é uma oportunidade do público viver na pele, ao vivo, toda a emoção da amizade de Philippe e Driss: “É uma comédia, com toque dramático porque abordamos assuntos delicados, que vão além da privação física”, conclui a diretora.
A temporada de “Intocáveis” vai de 20 de março a 31 de maio no Teatro Renaissance (Alameda Santos, 2233 – Jardim Paulista). Toda sexta- feira às 21h30; sábado às 21h; e domingo às 19h30. Ingressos de sexta e domingo a R$ 80,00; sábado R$ 100,00.
