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Thiago Lacerda dá um show de insanidade

Thiago Lacerda e Magali Biff

Depois de uma temporada de sucesso em São Paulo, seguido de apresentações em 10 capitais brasileiras que renderam Prêmio CONTIGO 2009 de melhor espetáculo e melhor ator, a peça Calígula volta a capital paulista para encerrar a turnê brasileira no dia 19 de dezembro no Teatro da Vivo.

No palco e na pele do personagem, o ator Thiago Lacerda encarna toda a loucura do personagem título. Aperta os seios da amante Cesônia (Magali Biff) e dá um beijo na boca do poeta Scipião (Pedro Henrique Moutinho), apresentando toda a libido do tirano em palavras e ideias.

Thiago Lacerda e Magali Biff
Thiago Lacerda e Magali Biff

A peça, de autoria de Albert Camus (1913-1960) foi escrita em 1942 no período da Segunda Guerra Mundial e denuncia a perversão do poder. A apresentação conta a história do terceiro imperador romano Gaius Caesar Germanicus, o Calígula, que governou Roma entre 37 e 41, ficando conhecido por sua extravagância e crueldade.

Movido por um desespero existencial após a morte da sua amante e irmã Drusilla, Calígula decide levar às últimas consequências o limite humano. Escondendo atrás da máscara do imperador louco, ele submete a população romana a uma série de caprichos e atrocidades.

Nomeia senador o seu cavalo Incitatus, deserda patrícios em nome do Estado, tortura seus opositores, violenta suas mulheres e ainda abre um bordel público com as viúvas de suas vítimas.

Thiago Lacerda e Cláudio Fontana
Thiago Lacerda e Cláudio Fontana

Embora seja quase setentão, o texto é definitivamente um clássico que remete aos dias de hoje, falando sobre bens confiscados, concessão política para governo, levantando a questão da instituição econômica e um profundo volume de questionamento estampados atualmente na mídia.

Numa mistura de drama e humor, o espetáculo evidencia o trabalho de Thiago Lacerda. O ator expõe com força a “síndrome de transcendência” de Calígula, provocando gargalhadas na platéia com as decisões absurdas do imperador.

“Por mais que Calígula trabalhe com alegorias e metáforas, é uma peça que tem o pé no chão, com uma sobriedade parecida com o Salmo 91. Se no Salmo 91 morrem figuras em estado de confinamento social, em Calígula é o extermínio da humanidade, como se a grande penitenciária fosse a terra”, diz o mineiro Gabriel Villela, diretor da peça.

O diretor Gabriel Vilella
O diretor Gabriel Vilella

No elenco também estão Magali Biff, Claudio Fontana, Cesar Augusto, Pedro Henrique Moutinho, Rogerio Romera e Helio Souto Jr.

A montagem termina ao som de Edith Piaf, Non, Je ne Regrette Rien e Calígula, como diz a música, foge do passado e tenta recomeçar. A platéia embarca fácil na sua insanidade. A narrativa é um convite a um exercício de compreensão dos limites da mente humana. De quem deseja ser Deus não o sendo. De quem se dá conta de que os homens morrem e não são felizes. De quem deseja o impossível: Possuir a lua.

Serviço:

CALÍGULA – Sextas às 21h30, sábados às 21h e domingos às 19h. Ingressos: sextas a R$ 50,00, sábados a R$ 70,00 e domingos a R$ 60,00. Desconto de 50% para clientes VIVO (com apresentação da fatura paga e identidade. Vendas pelo site www.compreingressos.com e na bilheteria do teatro. Duração – 110 minutos. Classificação etária: 14 anos.

TEATRO VIVO – Av. Dr. Chucri Zaidan, 860 – Morumbi. Estacionamento: Vallet – R$ 15,00. . Aceita todos os cartões de crédito. Ar condicionado. Acesso para deficientes. Audiodescrição para deficientes visuais e interpretação em libras para deficientes auditivos. Horário de funcionamento da bilheteria: terças e quartas-feiras das 14 às 20 horas. Quinta a domingo das 14 horas até o início do espetáculo.

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