Para marcar o lançamento de um novo espaço de teatro na cidade de São Paulo, “Camille e Rodin”, foi escolhido para ser o primeiro espetáculo a se apresentar no Grande Auditório do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, mais conhecido pelos paulistanos como simplesmente MASP, colocando o auditório projetado por Lina Bo Bardi de volta no circuito teatral da cidade.
Logo na entrada, telas pintadas em óleo sobre tela expõe para o público algumas cenas da peça. Atores como Tuna Dwek, Martha Melinger, Guilherme Leme, Marcelo Médice e Ana Lucia Torre prestigiaram a exposição antes da estréia.
Se do lado de fora a exposição de fotografia atraiu a atenção dos convidados, do lado de dentro, em cima do palco, os atores Leopoldo Pacheco e Melissa Vettore emocionaram a platéia com a história de amor entre o artista francês com a assistente Camille Claudel
No universo da arte, Camille e Rodin entram em cena, criando no palco uma história de paixão e tragédia, a partir do texto de Franz Keppler e direção de Elias Andreato, construído especialmente para essa montagem.
A peça retrata o encontro destes dois artistas franceses de talento em uma Paris apaixonante, no final do século XIX.
Aos 19 anos, Camille chega à capital francesa e se torna discípula de Rodin. Posa para ele e o fascina com beleza e personalidade.
Rodin se abre ao lirismo e à sensualidade da jovem aprendiz e por meio da paixão por Camille, ele penetra na sensualidade que marcou a obra.
O diálogo amoroso se torna presente nas obras dos dois, que passam a trabalhar juntos apaixonadamente por 15 anos.
A paixão resulta em um relacionamento censurável. Camille rompe o romance e mergulha no trabalho, entregando-se a solidão e a loucura. Camille de Rodin, foi internada em 1913 num manicômio, onde ficou por trinta anos.
Para a atriz Melissa Vettore, a peça tem um texto pulsante, que constrói a vida amorosa desses dois personagens caminhando paralelamente ao embate sobre arte e a agitação cultural do século XIX e XX. ” … a nossa proposta é proporcionar uma impactante reflexão e viagem no tempo para o publico”, enfatiza a atriz que teve a ideia de viver no teatro, o tema que foi vivido no cinema em 1988 pelos atores Gérard Depardieu e Isabelle Adjani.
Para Ana Lucia Torre, que já viveu a mãe do personagem Samir interpretado por Leopoldo Pacheco em Um Só Coração, minissérie exibida em 2004 pela TV Globo, a interpretação de Rodin está emocionante, “… eu que acompanhei o início do Leo, me emocionei diversas vezes na platéia”. Comenta a atriz ao pabenizar também a direção de Elias Andreato”… a peça consegue transmitir o viés mais trágico da história como cenário para mostrar a a sintonia artística e a incompatibilidade de gênios entre Rodin e Claudel”, finaliza.
O mesmo afirma o ator Marcelo Médici. O humorista que conseguiu emplacar mais um sucesso de bilheteria com o Eu Era Tudo pra Ela e Ela me Deixou, em cartaz no teatro Faap, em Higienópolis, falou sério quando o assunto foi o espetáculo Camille e Rodin. “Fazer drama é uma arte. Atualmente existe uma grande necessidade do riso e a Melissa e o Leo, se jogaram sem medo de ser feliz neste projeto com carga dramática intensa” , comenta.
“…é uma história de amor completa, vivida com criatividade, paixão, tragédia, dor e sofrimento. Uma trama digna de ser exibida no MASP”, declara o ator Guilherme Leme que no momento está em cartaz com o monólogo “O Estrangeiro”
Segundo o escultor Rodin tudo o que é vivo é belo. Para entrar em sinergia com a mensagem do artista francês, o espetáculo Camille e Rodin, conta com a parceria da operadora de telefonia Vivo que promete várias ações culturais nos próximos meses.
O programa Vivo EnCena conta com a curadoria de Expedito Araújo, gestor cultural que se destaca em trabalhos culturais realizados no Brasil e também em Coimbra, Portugal.
‘.. é uma ação de formação de público”, complementa Marcelo Romoff, diretor do programa cultural Vivo EnCena
CAMILLE E RODIN
QUANDO: sex. e sáb., às 21h, dom., às 19h30
ONDE: Auditório do Masp (av. Paulista, 1.578; tel. 0/xx/11/3171-3267)
QUANTO: R$ 20 a R$ 30
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
Assistam a entrevista dos atores Marcelo Médici Eduardo Semerjian, Melissa Vettore, Leopoldo Pacheco e do curador artístico do Vivo EnCena Expedito Araújo.
