Clima carnavalesco, ritmo dos africanos e superação são destaques da São Silvestre 2015
Para começar bombando 2016 no último dia 31 aconteceu a 91ª edição da corrida mais comentada do país, a São Silvestre. Foram mais de 30 mil pessoas de 42 países que correram pelas ruas e avenidas de São Paulo.
A prova foi cansativa, 15 km de distância e quem se deu bem foram os africanos que levaram a medalha de ouro, com o queniano Stanley Biwott que encerrou com o tempo de 44min e 31s.
“Foi uma grande vitória. A corrida foi fantástica. É um percurso muito difícil, senti muito a umidade. Estou muito feliz por ser o campeão da São Silvestre 2015”, disse Biwott.
Mas quem também se deu muito bem foi a Cristiane Barros Rea, de 40 anos que depois de treinar por um ano participou pela primeira vez da São Silvestre. A seguir o ClaCrideias entrevistou a maratonista que fez uma viagem de 6 horas para correr em pleno Réveillon.
“Eu não conseguia correr nem 1km”, diz a atleta que também conta que nunca teve o sonho de correr na São Silvestre, mas em fevereiro de 2015 uma amiga corredora a convidou para entrar em um grupo de treinamento.
“Todos do grupo já corriam e eu acabei ficando para trás e sozinha. Depois disso comecei a treinar por conta própria no período da manhã, e aos domingos eu treinava com o grupo de corrida. Comecei correr 5 km e depois de três meses fiz 21 km. Quando abriram as inscrições para a São Silvestre meu treinador, me chamou para correr”, conta Cristiane.
A corrida não só ajudou a melhorar a saúde da maratonista, que é hipertensa como funcionou para acabar com o estresse e dar um tempo para ela que é mãe de duas filhas, Jyohana de 7 anos e Jade de 3 anos. Ambas acompanham a mãe nos treinos e a mais velha também segue os mesmos passos, ficando com a medalha de prata na Maratoninha da Caixa.
Foi um caminho longo da cidade de Ribeirão Preto até o local da São Silvestre, três horas para chegar e muita determinação para deixar tudo em casa na véspera do ano novo e ir correr.
“Cheguei às 4h para a corrida, dormi no carro e acordei às 6h30. Tomei café, me troquei no hotel onde o pessoal estava hospedado, corri as 9h, depois almocei e voltei para Ribeirão”, explica Cristiane.
Esposa de empresário, ela também brinca e diz que só vai correr neste ano se o marido deixar. Ele a acompanha em todos os treinos, e faz o trajeto de bike enquanto as filhas ficam com a esposa do treinador.
Cristiane previa realizar os 15km de corrida em 1h40min, mas fez em 2h porque diminuiu a intensidade para acompanhar uma amiga machucada. “Meu tempo ainda não é dos melhores. Me preocupo em terminar a corrida sem ter que andar”, afirma.
O percurso que os corredores de elite mais temem, a Brigadeiro não foi páreo para Cristiane que explicou qual é a maior dificuldade dos milhares de corredores. “O problema é que são 30 mil corredores. É muita gente para ultrapassar, já que muitos caminham ou tem mobilidade reduzida, o que acaba dificultando quem quer fazer um tempo bom”, explica.
Para finalizar, Cristiane deixou a dica para as mães que querem também correr e são atarefadas no dia a dia. A primeira coisa é nunca desanimar por não conseguir fazer um percurso longo. O ideal é começar caminhando e aos poucos ir trotando e logo estará correndo.
“Para tudo que fazemos temos que ter força de vontade, ter objetivos e não desanimar nunca”, completa Cristiane.